Quanto maior a ferida da alma
Maior a capacidade de arrebanhar-se
Ideologias vãs
Meras idealizações
A forjar com orgulho
Medos, culpas, aflições
Curar a si é um ato de liberdade
Abandonar-se a própria sorte
Sabendo que cada giro da vida
Faz nascer novas verdades
Deixando para trás corpos e memórias
Na roda gigante da morte
Permitir-se transformar
É não ter o que seguir
Seguir vivente e errante
Cultuando o presente
Desistindo da luta
Para renascer amante
Soltar o ressentimento militante
Que violenta amigos e inimigos
No julgamento ultrajante
De uma esperança arrogante
Que vê o sumo bem do mundo
No espelho de um umbigo dolorido

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