quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Cálice



Não argumenta com teus demônios
São mestres da lógica e da retórica
Serás ludibriado tantas vezes quantas
Enveredares por tão ardiloso caminho

Tua mente, soldado do teu ego
Corrupta e temerosa por natureza
Oferecerá a ti toda sorte de encantos de racionalidade
Com frívolas promessas de eliminar teus conflitos
E suprimir a tua dor

Não te enganes!

Se, verdadeiramente, almejas a paz e a beleza
Que emanam da luz do teu próprio sol
Estão vetados a ti a autopiedade
E a poupança de si mesmo

Agora vai e desce aos teus infernos
Experimenta por inteiro os teus demônios
E, oferecendo um bride ao diabo
Bebe teu cálice até a última gota

Depois que todos por ti tiverem passado
E, tendo sido, um a um, acolhidos e dignificados
Terás, então, chegado um pouco mais perto
Do mais precioso dos tesouros
A crueza do que és!

 Nu diante de si mesmo
Tendo encontrado na fraqueza da tua miséria
A força e a pujança da glória que há em ti
Terás conhecido a Tua Verdade

 E esta Verdade – somente esta que é a Tua – te libertará!

Dorme em paz


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