sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Filosofia: Um Caminho Iniciático


Outro dia recebi uma mensagem de uma grande amiga-irmã, professora, pedindo meu auxílio para seu projeto de desenvolvimento de uma sala do conhecimento na escola. A mensagem dizia o seguinte:

Te mandei um email sobre uma sala do conhecimento. Sei que vc é contra o conhecimento. Tá em toda parte e tal, mas se tiver alguma coisa, me ajuda vai!

Por alguns segundos, fiquei a me perguntar se ela realmente achava que eu era contra o conhecimento ou se estava só me dando aquela sacaneada devido às nossas meia dúzia de divergências em relação ao processo educacional.

Concluí que era sacanagem. Mas, quando percebi, a questão já tinha grudado na cabeça: Sou contra o conhecimento? Qual é o tipo de conhecimento em que, realmente, eu acredito?

E comecei a fazer uma viagem ao longo de todo meu processo de busca de conhecimento, passando pela forma(ta)ção acadêmica até o dia de hoje, momento da vida em que creio que a Filosofia mais bela se faz no interior do próprio homem.

De fato, não acredito em acúmulo de informação como conhecimento. Conhecer não é um ato de consumo. Conhecer é relacionar-se. Relacionar-se com o outro e consigo mesmo antes de tudo.

Por isso, sempre digo aos meus alunos que meu trabalho é uma fraude. Não existe professor de filosofia. A Filosofia não pode ser ensinada. Não é um conteúdo. Ela deve ser vivida, experimentada e saboreada na descoberta de si mesmo e do mundo.

A Filosofia é um processo iniciático. Na Grécia Antiga, os aristocratas entregavam seus filhos para serem educados pelos filósofos. E, nesse caso, o filósofo não era, certamente, um professor que lecionava mais uma matéria aleatória. Era um mestre que tinha como missão orientar seus discípulos na busca pelo conhecimento em diversas áreas da vida, sendo responsável, em muitos casos, inclusive, pela iniciação sexual de seus discípulos – a famosa prática da paiderastia grega.

E lançar-se na jornada do conhecimento é, sempre, um caminho sem volta. Se, por um lado, acumular informação, cultura – em termos estritos – e erudição não tem o poder de, num sentido mais substancial, mudar a vida de alguém, por outro, o conhecimento que brota de dentro transforma profundamente o ser. É a nossa Luz mais brilhante, que clareia nossa estrada e aponta novos caminhos.

Por isso, hoje, creio que a real Filosofia – aquela que está conectada com o fluxo do universo e da vida – nada mais é do que o processo de tomada de consciência da realidade pelo homem em sua experiência humana. E pasme! É possível tomar consciência do real sem nunca ter lido uma linha de Kant ou Hegel! Aliás, pelo caminho, já encontrei muito filósofo analfabeto e iletrado. Agricultores, jardineiros, mendigos, bêbados, traficantes e muitos outros seres que receberam a picada do vagalume e nunca mais deixaram de buscar a luz.

Gratidão, Luisa, pela mensagem. Por ter me proporcionado olhar de maneira ampliada o que a Filosofia representa na minha vida enquanto buscador e, sobretudo, a enorme responsabilidade que, enquanto filósofo, sobre mim recai no compartilhar da existência.


Te amo! 

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Na trilha do Perdão com destino ao Feminino


Gaia vive um momento de despertar do feminino. Isso não tem, necessariamente, a ver com homens e mulheres e suas histórias individuais. É um processo natural do nosso ciclo cósmico em busca de equilíbrio. Também não está ligado ao feminismo ou qualquer outra ideologia.

            Estamos num ponto de inflexão, onde uma energia começa, lentamente, a se retrair e a outra – o princípio feminino – inicia seu movimento de expansão.

            O movimento não acontece da noite para o dia. Ainda há muito karma individual e coletivo para ser queimado até que um novo padrão de comportamento humano se estabeleça como expressão da expansão do aspecto feminino da nossa realidade.

            Nesse processo de queima de karma muita coisa precisará ser purgada e expelida da Terra. Não há, entretanto, razão para desespero. Quem estiver conectado com o seu próprio ser, estará também amparado por outros seres de luz que nos conduzirão por todo o processo. Essa fase de transição limpará os nossos corações de dores e feridas profundas que, por várias vidas, tem nos impedido de ver quem somos e seguir adiante em nossa jornada da consciência.

            Quando, então, o PERDÃO – por todos os excessos que foram cometidos ao longo de uma era pela ignorância da própria humanidade em lidar com a energia masculina – for, enfim, liberado, o feminino florescerá e viveremos um período áureo em nossa ascensão.

            Entendamos, uma vez mais, que masculino e feminino, antes de ser uma questão de gênero, é uma questão energética. E uma questão central nesse mundo onde tudo o que se manifesta, se manifesta dentro de um princípio de dualidade.

            Portanto, ainda que um homem jamais possa ser um feminista, nada o impede de despertar dentro de si seu aspecto feminino. Do mesmo modo, nada impede uma mulher de acessar seu masculino, perdoá-lo quando necessário e, a partir dessa liberdade, conectar-se de maneira saudável e equilibrada com ambos os polos que possibilitam sua manifestação como um ente dessa dimensão.

            Sigamos com atenção, evitando os julgamentos e acolhendo, com gratidão, tudo o que nos chega através da realidade que temos criado. É tempo de iluminar nossas sombras com a luz da honestidade e dissolver por completo toda a ilusão da separatividade.
            
                  Que Gaia nos conduza em seu infinito Amor!